Pois é, eu já me apaixonei!
Apaixonei-me mesmo sentindo que não deveria, temendo jamais ser amado e assim colocando de lado tal sentimento, afugentando essa possibilidade de meu coração...
Questionando porque de tal sentimento, se a todo momento sempre me dispus apenas amigo ser?
Era um amor sim antes, mas diferente, de um contentamento de ver sua alegria, sem importar-me se nela eu estaria...
Mas são nas horas menos oportunas, nos momentos menos propícios que nossos olhos enxergam o que não queríamos, mas que sublima a visão e atinge como uma flecha alada em nosso coração...
Entorpecendo nossa mente e embriagando nosso ser com a mais sublime presença de tal ser...
E agindo como um veneno mortal em nosso peito, nos fazendo deliciosamente agonizar da dor do querer...
Mas como alimentar se sabia que não haveria abertura pra tal sentimento?
Além do que, Esse alguém também parece acreditar que não deveria amar-me...
Por crer fielmente que não pode me amar simplesmente, por não acreditar que tal amor seja o certo a fazer...
Ou talvez seria meu coração cansado de tanta dor e que não mais quer se permitir sofrer, e assim prefere crer, do que ter de encarar tal rejeição?
Jamais saberei creio eu, divergências tantas que nos separam... Onde até quando meu sentimento declaro, julga-me por não entender...
Mas mesmo eu discordando de tal justificativa, apóio pelo simples fato de amar o fato de ver tal ser cheio de tanta alegria e desejar vê-lo plenamente Feliz... Não importando que o preço seja a minha felicidade lançada de mão...
Sentimento meu esse que foge a regra ou se aplica fielmente a natureza do amor...
Que deseja apenas dar meu melhor, que me exonera da culpa e me condena nas minhas menores faltas...
Que intensifica tudo e faz do universo o melhor lugar o ao teu lado, onde me encontro em paz, feliz, cuidado...
Que me faz desejar de forma egoísta roubar do mundo a felicidade, e dar-lhe-á toda, só para ver tal ser sorrir...
Serenamente, como uma criança alegre com suas pequenas coisas que ao mundo parecem tolas e sem sentido, mas que fazem seu ser brilhar de tamanha alegria...
Que me fazem sentir falta de momentos maravilhosos juntos que apenas imaginei em minha mente apaixonada...
Que deseja repetir cada minuto vivido ao lado... Cada toque afago, carícia, carinho...
Mesmo tendo meu coração dilacerado por saber que não passo de um amigo e se em algum momento pareceu mais, foi mero impulso do corpo e confusão do coração...
Que alimenta-se de uma esperança voraz que me faz sonhar com a mais remota possibilidade...
Que me faz suspirar angustiado... Que faz todo resto desaparecer perante teu agrado...
Que faz meu peito definhar em dor e minha alma em pranto...
Perdendo noites, por falta da tua presença ao lado...
Mesmo intocada...
Apenas assistida e admirada... Revoltosa e turbulenta, em um sono delicioso...
Que me acolhe e espanta, tirando-me o sono...
Não pela sua intensidade, mas pela intensa presença que não me permite fechar os olhos, com medo de quando abri-los, já não possa mais pousá-los e tamanha doçura e beleza...
Faz-me mediocremente humilde de aceitar até mesmo somente teu sorriso, mesmo que não seja pra mim, comigo e por mim...
Que me permite variar em devaneios tolos, de que eu seria capaz de preencher tamanho coração nobre...
Conquistar o olhar de teus pequenos olhos, o irradiar de teu largo sorriso e deliciar enfim em tua desejada boca...
E deliciosamente beijar-te e desejar que o tempo pare até a eternidade nesse momento sublime.
Sentimento esse que me põe em uma batalha épica interna, onde a lógica luta, mas fracassadamente, contra esse meu coração sofredor contente, desvairadamente alegre e bobo...
Só pela simples razão deste alguém viver em minha vida...
Alguém que me faz beber de suas palavras e embriagar em teu saber...
Gozar da sua existência...
Sonhar com tua presença constante...
Aceitar suas discordâncias e durezas...
Me fazendo desejar até mesmo seus defeitos, que nem parecem ser defeitos de tamanho desejo que possuo... Ou de tamanho medo que tenho de nunca tê-lo em sua vida...
Se é amor? Paixão? Desejo? Atração? Sentimento? Amizade intensa? Apenas falta de amor próprio ou admiração de tamanha imensidão de tal beleza e sabedoria que possui por esse alguém?
Confesso que a duvida reina...
Mas meu pensamento lateja em dor de seu nome repetir em Constancia eterna e admirar os ecos de tal existir em Meu Ser...
De em todo instante viajar para longe, para perto desse alguém imaginando como estaria e de como adoraria poder estar perto, abraçar-lhe e dizer o quanto me faz bem...
Que faz o tempo parar quando dele me lembro, e logo correr quando com ele estou, o coração palpitar em dor e a razão perder-se em meio ao simples desejo de ter eternamente em minha vida... Mesmo que esse termo não dure tanto quando gostaria... Valeria cada segundo ao lado, vivido, pois mesmo sabendo que não é o fim, desejar que fosse ao seu lado meu fim...
Flávio Trevezani
